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390762_2432012994412_1555936494_nSempre achei estranho andar pelos cantos e receber olhares e reações distintas por causa do meu cabelo, esse aí da foto. Nem quando eu tinha o cabelo roxo ou laranja [e liso – mais sobre isso lá na frente], me olhavam como fazem. São uns olhares meio duvidosos, outros que admiram.

Elogios são frequentes. Elogios são como cafunés feitos bem na hora de dorm- “Posso tocar?”. E toda a minha alegria é cortada por um cascudo. Acorda, porra! O que antes de me deixou sorrindo de vergonha por ter sido elogiada (sim, sou dessas), me deixou sorrindo de constrangimento. “Hm… claro…”. Antes de tocar, falam “sempre quis pegar num cabelo desses, rs”. Depois toca, como se fosse algo de outro mundo e comenta: “Nossa, como é macio!”, “Gente, que fofinho!”

JudgingYou

Você, que foi invasivo a esse nível, agora pensa para si:

– Ué, mas não era pra ser bombril? Não é cabelo duro? Não era pra ser ruim? Por que eu chamei de pixaim minha vida inteira?

Aos doze anos de idade, minha mãe levou eu e minha irmã a uma cabeleireira. “É só para soltar os cachos”, nos diziam. De fato, nossos cabelos são animais silvestres que precisam não de reclusão, mas sim de liberdade. Mas a minha metáfora era diferente do que pensava aquela química do mal. Eles não precisam de liberdade, precisam de tranquilizantes.

Por engano, nosso cabelo foi alisado. Me senti horrível e aprisionada por mais três anos numa vida de salão de ~beleza~ a cada três meses. Em meio a brincadeiras infinitas no colégio a respeito do meu cabelo agora esticado, percebi que não teria paz de uma forma ou de outra; meu cabelo seria sempre pixaim, alisado, ou não. Deixei crescer por um [longo] período e cortei, encorajada por minhas amigas que sempre me diziam “Gi, você deveria deixar seu cabelo cacheado de novo, um black power”. Nossa, pensar em fazer isso era como pensar em raspar minhas sobrancelhas. Creepy. Até eu havia sido assombrada pelo fantasma do padrão estético.

Enfim, coragem. Fui em frente. Liberdadeeeeeeeee! <3

Urso do Cabelo Duro? Tá mais pro urso mais legal das galáxias.

Urso do Cabelo Duro?
Tá mais pro urso mais legal das galáxias.

Em um dia de aula, uma professor entregou um texto para a turma, e me pediu pra ler em vez alta.

– ‘Respeitem meus cabelos brancos’, li.

– Opa, Giovanna, tem uma vírgula aí, disse Neide, a (melhor) professora de história.

Reli a frase. Sim, existia ali uma vírgula que faria tudo mudar. Fazia todo sentido que eu deveria ser a aluna lendo aquilo.

– Respeitem meus cabelos, brancos

Como alguns devem saber, esta é uma canção de Chico César.

Gente… é absurdo, mas deixa eu te contar: EXISTE PRECONCEITO COM O SEU CABELO! hahahah…ahaha…haha…ha…h

O teu cabelo não nega, mulata,
Porque és mulata na cor,
Mas como a cor não pega, mulata,
Mulata eu quero o teu amor.

Tens um sabor bem do Brasil;
Tens a alma cor de anil;
Mulata, mulatinha, meu amor,
Fui nomeado teu tenente interventor.

Ai, mas nossa, que saco, enxergar preconceito em tudo, vocês de Humanas, tudo pau no c-Deixa eu interromper aqui com uma historinha:

Há poucas semanas, no shopping, vendo algumas roupas, passa um grupo de adolescentes atrás de mim. Eles riam como se não houvesse amanhã.

– kkkkkkkkkkkkkkkkkkk, Shshshsh! Pera aê, pô!

– HAIAHUAHUAHUAH vai, fala kkkkkkkkkkkkk

–  Tá, tá. Shhh..

– EI, É PERUCA, É?

..

.


Nunca fui assaltada, mas a sensação de invasão que tive deve ser igual a descrita pelas vítimas. Congelei, fiquei sem reação. Fiquei incrédula com o que tinha ouvido. Não, gente. Calma. Ouvi errado. Esse pirralhos estão achando graça do que? 
Meu cabelo é tão hilário assim?

Pior que para eles, é. Te juro.

Opa, cadê aquela sua peruca de carnaval? Aquela peruca lisa com mechas californianas. Ah, não tem? Pode ser aquela cor caramelo do cabelo da Rachel, de Friends. Nossa, também não tem?

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A gente precisa de Cadiveu tanto quanto precisa da opinião alheia. Keep calm e deixa de recalque.

Esse é só o exemplo mais recente.

“Acho incrível você assumir seus cachos!”, me disseram várias vezes. Eu, com aquele mesmo sorriso amarelo, respondia “errr…Obrigada?”. O que me falam é elogio? Cabelo cacheado é algo a ser ASSUMIDO? Ora, eu assimilo o verbo ‘assumir’ primeiramente a uma confissão, um ato de mea culpa.

– Ele assumiu a culpa pelo assalto ao banco.

– Ela assumiu que havia sido grossa com ele.

– Aquela outra, assumiu que possui cabelos cacheados. Máxima mea culpa.

Sim, assumir, na contemporaneidade, é tomar uma posição política, ir contra ideias e padrões enfiados goela abaixo. Mas não é estranho que a gente precise tomar tal postura por simplesmente ter nascido assim, seja com cabelo afro, seja gostando de pessoas do mesmo sexo?

Deixo o fim com essa linda:

Você aí, sozinho em casa. É, você mesmo. Bem vindo ao nosso programa Podtrash de traduções simultâneas.

Ouça os hits da língua inglesa e entenda tudo o que dizem, as mensagens mais profundas, para você.

Senta e relaxa.

>> Esse podcast muito do trash é um trabalho acadêmico de Laboratório de Pequenos Meios, do curso de Jornalismo da UFPB, ministrada por Cândida Nobre. Se não entendeu a tosquice, escute novamente nossas contraindicações.

Feito por Cairé Andrade, Caio Ismael, Daluanne Melo e Giovanna Ismael.

Essa é a nossa versão ~oficial~ em vídeo do PodreTrash!
Seguimos com o mesmo tema do nosso podcast, só que agora são os videoclipes de outras músicas de bandas one-hit wonder. O link para o podcast está no final da descrição.
Não conseguimos inventar um nome que combinasse tanto com o tema, o enquadramento e com a gente por motivos de: falta de criatividade.
But… Who cares?

~ Lista das videoclipes:

A-ha – Take On Me
Billy Ray Cyrus – Achy Break Heart
Corona – Rhythm of the Night
Spin Doctors – Two Princes
Inês Brasil – Oba Oba

Enjoy, galere!!!

– PodreTrashers:
– Heitor Tavares
– Isadora Lira
– Luis Thales

Link para o PodreTrash #1 – One-Hit Wonders: http://bit.ly/1dA7rGm
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Videocast produzido para a disciplina Laboratório de Pequenos Meios, ministrada pela professora Cândida Nobre, do curso de Comunicação Social com habilitação em Jornalismo pela Universidade Federal da Paraíba.

Videocast Balaio AfroBrasil

Axé, meu povo!!

A gente resolveu trazer para vocês um pouco da mistura entre a África e o Brasil, fazendo um videocast sobre o Candomblé, uma religião africana que se instalou aqui no nosso país na época da colonização, quando os negros eram trazidos como escravos.
Seguindo essa mesma linha, só que agora falando de músicas que trazem o Candomblé e seus Orixás como tema, está o nosso podcast, também denominado Balaio AfroBrasil.
Esperamos com eles se fazer conhecer uma cultura que é tão fundida a nossa e, ao mesmo tempo, tão discriminada.
Mais uma vez, axé para todos!!

Podcast Balaio AfroBrasil

Trilha sonora:
1. Choro Novo na Senzala – Janaina Reis
2. Outra Ceia – Janaina Reis
3. Cavaleiro de Aruanda – Rita Ribeiro
4. É D’Oxum – Rita Ribeiro
5. A Deusa dos Orixás – Clara Nunes
6. Filhos de Gandhi – Clara Nunes